A
operadora dos pequenos
(Artigo
publicado na revista ISTO É)
Nº EDIÇÃO: 676 | Mercado Digital | 17.SET.10 - 21:00
A Unotel
leva conexão de banda larga para provedores de internet nanicos localizados em
regiões distantes, nas quais as grandes empresas de telefonia não têm interesse
Por Ralphe Manzoni Jr.
Balsas, no Maranhão, Areado, no sul de
Minas Gerais, e Novas Russas, no Ceará. O que essas três cidades têm em comum?
Além de ficar longe de grandes centros urbanos, elas carecem de infraestrutura
tecnológica para fornecer banda larga para os seus poucos habitantes. É
fácil entender esse drama.
As empresas de
telefonia não veem retorno financeiro nestes pequenos municípios. Foi pensando
nisso que empresários da região de Lagoa Santa, Minas Gerais, tiveram uma ideia
simples: por que não unirem forças para negociar com as operadoras de
telecomunicações e conseguir preços melhores para todos?
Surgia aí, em 2006, a Unotel Telecom, uma
empresa que compra banda larga no atacado e vende no varejo para pequenos
provedores de 18 Estados brasileiros. “Chegamos
aonde as outras operadoras não têm interesse”, diz João José Ranzini,
presidente da empresa, que fatura mais de R$ 20 milhões por ano.
Com quatro anos de vida, a Unotel atende 300
provedores, cuja soma de clientes atinge 1,5 milhão de pessoas. Esse número a
coloca na quarta posição no ranking de banda larga no Brasil, atrás apenas das
gigantes Oi, NET e Telefônica e à frente da GVT, que foi comprada pela francesa
Vivendi por R$ 7 bilhões em novembro do ano passado.
Como compra em grandes volumes, ela consegue
oferecer preços até 25% menores. Observe o caso da NipponTec, localizada em Balsas, a 800 quilômetros de
São Luís, no Maranhão. “Fiquei por dois anos esperando por uma conexão”, diz José Ulisses, diretor do provedor que
tem apenas 370 clientes. A IP3 Tecnologia, baseada em Areado, cidade com
apenas 15 mil habitantes, vive situação diferente. Na região em que atua, ela
conta com as operadoras Oi, CTBC, Embratel e Global Crossing, mas o custo era
alto.
“Com a Unotel, consigo ter preços mais
competitivos”, assegura Laerpe Fernandes Ferreira, sócio da empresa que atende
duas mil pessoas. A VexNet, com sede em Novas Russas , se sentia desprezada pelo seu
fornecedor. Toda vez que precisava de um serviço, a operadora com quem ela
trabalhava demorava mais de 60 dias para fazer o trabalho. “Agora, está tudo
mais fácil e menos burocrático”, afirma Cláudio Bezerra, sócio do provedor que
está em 17 cidades e conta com 1,6 mil clientes.
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