sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A operadora dos pequenos


A operadora dos pequenos

(Artigo publicado na revista ISTO É)

Nº EDIÇÃO: 676 | Mercado Digital | 17.SET.10 - 21:00

 

A Unotel leva conexão de banda larga para provedores de internet nanicos localizados em regiões distantes, nas quais as grandes empresas de telefonia não têm interesse

 

Por Ralphe Manzoni Jr.
Balsas, no Maranhão, Areado, no sul de Minas Gerais, e Novas Russas, no Ceará. O que essas três cidades têm em comum? Além de ficar longe de grandes centros urbanos, elas carecem de infraestrutura tecnológica para fornecer banda larga para os seus poucos habitantes. É fácil entender esse drama.
As empresas de telefonia não veem retorno financeiro nestes pequenos municípios. Foi pensando nisso que empresários da região de Lagoa Santa, Minas Gerais, tiveram uma ideia simples: por que não unirem forças para negociar com as operadoras de telecomunicações e conseguir preços melhores para todos? 


Surgia aí, em 2006, a Unotel Telecom, uma empresa que compra banda larga no atacado e vende no varejo para pequenos provedores de 18 Estados brasileiros. “Chegamos aonde as outras operadoras não têm interesse”, diz João José Ranzini, presidente da empresa, que fatura mais de R$ 20 milhões por ano.

Com quatro anos de vida, a Unotel atende 300 provedores, cuja soma de clientes atinge 1,5 milhão de pessoas. Esse número a coloca na quarta posição no ranking de banda larga no Brasil, atrás apenas das gigantes Oi, NET e Telefônica e à frente da GVT, que foi comprada pela francesa Vivendi por R$ 7 bilhões em novembro do ano passado.


Como compra em grandes volumes, ela consegue oferecer preços até 25% menores. Observe o caso da NipponTec, localizada em Balsas, a 800 quilômetros de São Luís, no Maranhão. “Fiquei por dois anos esperando por uma conexão”, diz José Ulisses, diretor do provedor que tem apenas 370 clientes. A IP3 Tecnologia, baseada em Areado, cidade com apenas 15 mil habitantes, vive situação diferente. Na região em que atua, ela conta com as operadoras Oi, CTBC, Embratel e Global Crossing, mas o custo era alto. 

“Com a Unotel, consigo ter preços mais competitivos”, assegura Laerpe Fernandes Ferreira, sócio da empresa que atende duas mil pessoas. A VexNet, com sede em Novas Russas, se sentia desprezada pelo seu fornecedor. Toda vez que precisava de um serviço, a operadora com quem ela trabalhava demorava mais de 60 dias para fazer o trabalho. “Agora, está tudo mais fácil e menos burocrático”, afirma Cláudio Bezerra, sócio do provedor que está em 17 cidades e conta com 1,6 mil clientes.


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